Já fui essa miúda, que escrevia porque não tinha coragem de encarar os problemas,agora apenas escrevo... porque escrevo! Hoje voltei a lembrar-me ... Lembrei-me de coisas que já não interessam a ninguém, coisas que não deviam interessar-me.. Hoje não tenho problemas porque não deixo que me sujeitem a isso,mas... não posso negar que tenho sim algum desconforto em relação ao passado, sim... esse passado que nos assombra nas horas em que nos sentimos mais fracos (não que o sejamos senão não seria passado, e sim ainda presente). Há que saber ultrapassar e acho que isso sempre consegui fazer, não que tenha sido graças ao tempo mas sim pela atitude que tomei num dia desses em que acordei e decidi pôr a armadura !! Esse dia, igual a tantos outros em que decidi receber o futuro com uma festa em casa, agarrar o desconhecido, confiar no que é o mistério, abraçar o que é óptimo e negar o passado..  sim... esse passado que teima em não ser esquecido. Pergunto-me muitas vezes como é que pessoas conseguem ter atitudes tão diferentes entre elas. Como é que podem quebrar a alma ou até mesmo vendê-la sem pensar nas consequências?  Há outras que a oferecem, oferecem-na a quem não deviam ter oferecido... é quebrada na mesma. Bem, ultrapassar não é esquecer, ou melhor... tentar esquecer é difícil quando não houve perdão, ou reparações. Não que eu não quisesse voltar a cuidar, mas porque para isso ser possível, a outra alma também tem de o querer. É isso! O passado... esse passado que não quer ficar onde deve e me toca no ombro constantemente ! Ele vem perguntar-me sobre porque é que nunca procurei ... o motivo... da outra alma não querer cuidar mais do que tivemos. Bem,eu procurei... ainda procuro nessas horas em que me sinto mais fraca porque não percebo a razão para ela não querer. Eu nunca faria isso com ela... E depois de perceber realmente o motivo de ser passado, visto a armadura e vou receber mais um bocadinho do futuro que me bateu à porta ( e que vem chegando todos os dias com um sabor tão único e tão doce...). 

É passado, porque me ensinou que as pessoas que quebram fragmentos da nossa alma (como se ela pudesse ser dividida) e não tentam reparar os estragos que fizeram merecem ficar para trás. Os que importam até agora, acabaram de chegar...



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